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HISTÓRIA DOS ORIXÁS: OMOLU

Conhecido como Omolu, Omulu, Obaluaê, Obaluaiê, entre outros nomes, ele é o responsável pela terra, pelo fogo e pela morte.


Tanto no Candomblé quanto o Obaluaiê na Umbanda é sinônimo de temor, pois ninguém esconde nada deste Orixá, ele é capaz de enxergar qualquer detalhe da vida de uma pessoa. É também o responsável pela morte já que rege a terra e é dela que tudo nasce e tem seu fim, mas por outro lado Omolu é o protetor dos doentes pobres, pois ele conhece o sofrimento de carregar uma enfermidade e não quer que ninguém passe por essa dor, assim ele está associado também a cura.


Omulu tem o grande poder de causar uma epidemia, mas ao mesmo tempo de curar qualquer mal. Ele carrega sempre uma lança de madeira, o lagidibá e o Xaxará para espantar as energias ruins e os eguns. Nenhum humano pode ver Omulu sem a palha, seu brilho é intenso como o Sol, tal evento mataria qualquer um rapidamente, por isso ele se apresenta vestido de Filá e Azé, as roupas de palha, está sempre curvado, como quem sente intensa dor e sofrimento.


Senhor dos espíritos, mediador entre o mundo material e espiritual, sua significância vai muito além da aparência. Ele conhece a tristeza e as dores como ninguém e é a prova de que tudo pode ser superado se tiver coragem de seguir em frente e vontade de viver.




História de Omolu


Muitos mistérios cercam a vida de Obaluaê, seu caminho sempre foi cercado por despedidas e dor. Ele tornou-se o Orixá das mazelas justamente por ter sofrido várias e se curado de todas. Seus problemas surgiram desde seu nascimento e por obra do destino e determinação ele superou todas as adversidades.


Omolu é filho de Nanã e Oxalá e irmão de Oxumaré. Devido aos erros cometidos por Nanã ao confrontar Oxalá, Obaluaê nasceu cheio de varíolas, o que fez com que a sua mãe o abandonasse para morrer na beira do mar. Após algum tempo, Iemanjá ao caminhar sobre seus domínios encontrou a criança recém nascida toda deformada devido a doença e aos caranguejos que já o comiam.


A piedade e compaixão tomou conta do coração da Orixá que o adotou e o criou como o seu filho, o ensinando a superar os males e a curar as doenças. Assim Obaluaiê cresceu cheio de cicatrizes o que o deixava sentir grande vergonha de si mesmo e como meio para se esconder ele se cobre todo com palhas, ficando somente os braços e pernas de fora.

Assim o Orixá cresceu sempre tímido e de cabeça baixa, se escondendo de todos e pensando no porquê fora abandonado, estes sentimentos fez com que ele se tornasse muito sério, sempre pensativo e compenetrado em seus pensamentos e algumas vezes até mesmo mal humorado.


Ensinamento


Uma vez em sua caminhada pelo mundo, Obaluaiê passou por uma aldeia faminto e sedento. Por não saberem que se tratava do Omulu Orixá, os moradores se negaram a dar até mesmo um copo com água para ele, pois estranharam muito alguém todo coberto de palhas, o qual não poderiam nem mesmo ver o rosto.


Muito desapontado e triste ele saiu da vila e ficou nos arredores querendo entender mais sobre aquele povo. Durante este tempo de angústia, a aldeia caiu em miséria, as pessoas adoeceram o sol esquentou tanto que queimou as lavouras e sem saber o que acontecia, chegaram a conclusão que só poderia ser por causa do desconhecido que eles negaram até mesmo água.


Arrependidos, os líderes do local recolheram o pouco de alimento que restara e foram levar ao forasteiro juntamente com o pedido de perdão pela ignorância de todos. Compreendendo a dor dos moradores, Obaluaiê pisou novamente no vilarejo e tudo voltou a vida imediatamente. Omulu então pediu a todos que nunca negassem um prato de comida ou um copo com água a alguém necessitado, porque somente quem sofre sabe o peso que carrega nesta vida e não merece mais uma punição.


De volta a terra dos Orixás, Obaluaiê viu que estava acontecendo uma grande festa com todas as divindades presentes. Como não gostava de multidões e sentia vergonha de sua aparência, tendo que ficar todo coberto de palhas, ele preferiu se manter de longe escondido, só observando.


Iansã, que dominava os ventos viu o rapaz de canto e resolveu matar a sua curiosidade de saber como ele era, furtivamente ela mandou uma ventania no Orixá que levantou as palhas que o cobriam. Omolu ficou imóvel assustado e todos na festa também pararam para ver pela primeira vez um rapaz tão belo que brilhava como o Sol. Então Iansã dançou com ele até o final da comemoração e os dois se uniram para combater a morte e as doenças.


Dia de Obaluaiê: Seu dia da semana é a segunda-feira, e a comemoração em seu nome é em 16 de agosto.

Cores: Preto, vermelho e branco.

Sincretismo: Este Orixá possui dois sincretismos, pois ele age em duas linhas diferentes.

Quando acompanhado de Nanã, ele é Obaluaiê, o mais jovem, enquanto sua mãe apaga as memórias das pessoas que logo morrerão ele faz a passagem de sua alma do mundo material para o espiritual, este Orixá é sincretizado com São Roque, um Santo da Igreja Católica padroeiro dos enfermos vítimas de peste e dos cirurgiões.

Ao se apresentar com Iemanjá, ele assume uma forma mais velha e recebe o nome de Omulu. Enquanto Obaluaiê rege a passagem para a morte, Omulu juntamente com Iemanjá traz a encarnação, a vida. Seu sincretismo nesta forma é com São Lázaro, o protetor dos leprosos e dos mendigos, que mesmo carregando diversas chagas em seu corpo não deixou de ter fé.


Oração ao Orixá Obaluaiê


Proteja-me, Pai, Atotô Obaluaê!

Oh, Mestre da Vida,

Proteja seus filhos para que suas vidas sejam marcadas pela saúde.

Vós é o limitador das enfermidades.

Vós é médico dos corpos terrenos e almas eternas.

Suplicamos sua misericórdia aos males que nos afetam!

Que suas chagas abriguem nossas dores e sofrimentos.

Concede-nos corpos sadios e almas serenas.

Mestre da Cura, amenize nossos sofrimentos que escolhemos resgatar nessa encarnação!

Atotô meu Pai Obaluaê!

Dominador das epidemias.

De todas as doenças e da peste.

Omulu, Senhor da Terra.

Obaluaê, meu Pai Eterno.

Dai-nos saúde para a nossa mente, dai-nos saúde para nosso corpo.

Reforçai e revigorai nossos espíritos para que possamos enfrentar todos os males e infortúnios da matéria.

Atotô meu Obaluaê!

Atotô meu Velho Pai!

Atotô Rei da Terra! Atotô Babá!

Mestre das almas!

Meu corpo está enfermo…

Minha alma está abalada,

Minha alma está imersa na amargura de um sofrimento

Que me destrói lentamente.

Senhor Omolu!

Eu evoco – Obaluaiê

Oh!

Deus das doenças

Orixá que surge, diante dos meus olhos

Na figura sofredora de Lázaro.

Aquele que teve a graça de um milagre

No gesto do Divino Filho de Jesus.

Oh!

Mestre dos mestres

Obaluaiê

Teu filho está enfermo…

Teu filho se curva, diante da tua aura luminosa.

Na magia do milagre,

Que virá de tuas mãos santificadas pelo sofrimento…

Socorre-me…

Obaluaiê…

Dai-me a esperança da tua ajuda.

Para que me encoraje diante do martírio imenso que me alucina,

Faças com que eu não sofra tanto – Meu Pai

Senhor Omolu!

Tu és dono dos cemitérios,

Tu que és sentinela do sono eterno,

Daqueles que foram seduzidos ao teu reino.

Tu que és guardião das almas. Que ainda não se libertou da matéria,

Ouve a minha súplica, atende ao apelo angustioso do teu filho.

Que se debate no maior dos sofrimentos.

Salve-me – Irmão Lázaro.

Aqui estou diante da tua imagem sofredora,

Erguendo a derradeira prece dos vencidos,

Conformado com o destino que o Pai Supremo determinou.

Para que eu suplicasse minha alma no maior dos sofrimentos.

Salve minha alma desse tormento que me alucina.

Tome meu corpo em teus braços.

Eleva-me para teu reino.

Se achares, porém, que ainda não terminou minha missão neste planeta,

Encoraja-me com exemplo da tua humildade e da tua resignação.

Alivia meus sofrimentos, para que levante deste leito e volte a caminhar.

Eu te suplico, mestre!

Eu me ajoelho diante do poder imenso,

De que és portador.

Invoco a vibração do Obaluaiê.

A – TÔ – TÔ, Meu Pai.

Obaluaiê, Meu Senhor, ajude-me!

Salve o Senhor o Rei da Terra!

Médico da Umbanda, Senhor da Cura de todos os males do corpo e da alma.

Pai da riqueza e da bem-aventurança.

Em ti deposito minhas dores e amarguras, rogando-te as bênçãos de saúde, paz e prosperidade.

Faz-me, Senhor do trabalho; um filho de bom ânimo e disposição, para triunfar na luta pela sobrevivência.

Faz-me digno de merecer todo dia e toda noite, vossas bênçãos de luz e misericórdia.

ATOTÔ OBALUAUÊ!”

Saudação a Obaluaiê

“Atotô Obaluaê!” – Seu significado é: “Silêncio para o grande Rei da Terra!”

Obaluaiê é Pai da Terra, um dos orixás da Umbanda e do Candomblé mais temido, senhor da morte e da vida, a ele cabe a decisão da cura ou do fim do caminho.

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