Ainda que você muito leia, assista aulas, palestras, faça cursos e estude de outras maneiras, há saberes que apenas se formam com o tempo. Exigem vivência, experiência concreta no chão do terreiro dentro do seu fundamento e uma longa e comprometida história para com a religião. E isto somente os mais velhos alcançaram. Muitos deles nem mesmo tiveram a oportunidade de aprender a ler e escrever, mas acumularam uma sabedoria que encanta qualquer doutor.
Eles são dignos de todo nosso respeito e valor. Representam os maiores tesouros que a corrente mediúnica possui. Cada um é uma biblioteca viva, cujo conhecimento está disponível para aqueles que têm humildade para sentar e escutar. Para aprender com eles, é preciso calar os próprios conceitos e permitir que eles expressem, à sua maneira, todas as suas memórias e aprendizados.
Você não precisa acatar tudo inquestionavelmente. Porém, uma parcela significativa dos saberes presentes na Umbanda estão pautados na oralidade. É o legado deixado por nossos ancestrais, que abriram os caminhos para nossa fé quando condições sociais/econômicas/culturais eram muito mais difíceis. São conhecimentos que dão sustentação às nossas práticas, fortalecem nossos cultos. Não há árvore que permaneça em pé sem suas raízes, por maior que seja.
Se deseja entender o que realmente é a Umbanda, procure os mais velhos. Eles já estão em busca desta resposta há muito mais tempo que você; uma vez que todo umbandista é, em certo sentido, um filósofo. Viram e passaram por tantas situações diferentes que livro nenhum poderia descrever. E, asseguro a você, ficará surpreso com o que ouvir. A essência está logo atrás das palavras simples.
Fonte: Instagram @umbandacomsimplicidade escrito por Diego Paiva Pimentel
Comments